segunda-feira, 29 de março de 2010

Déficit de Atenção

O que é TDAH - Déficit de Atenção?


O TDAH - Déficit de Atenção é uma condição de base orgânica, que tem por principais características dificuldades em manter o foco da atenção, controle da impulsividade e a agitação - que é a hiperatividade. É também chamado de DDA, THDA, TDAHI, entre outras siglas.


O que significa “base orgânica”? Significa que, nos portadores do TDAH, há uma estrutura cerebral que não “trabalha” como seria esperado. Esta estrutura é chamada de lobo pré-frontal - é uma área do córtex cerebral localizada na parte da frente da cabeça, entre a testa e o meio do crânio. Esta área é formada por milhões de células cerebrais, chamadas neurônios. Quando o córtex pré-frontal tem seu funcionamento comprometido, a pessoa passa a enfrentar muitas dificuldades, entre elas problemas com concentração, memória, hiperatividade e impulsividade.


As imagens ao lado mostram alterações no cérebro de um portador de TDAH, comparado a um cérebro sem TDAH. Em descanso - sem a necessidade de concentração ou ativação cognitva, as alterações são pequenas - os “buracos” na imagem indicam áreas com menor metabolismo de glicose, ou seja, onde há hipofunção. Já quando a pessoa tenta concentrar-se, a hipofunção - e os déficits - são maiores.


A característica mais comum dos casos típicos de TDAH é a hipofunção do córtex pré-frontal. Hipofunção significa que uma quantidade grande de neurônios desta região pulsam mais devagar que o esperado. Mais sobre córtex pré-frontal e padrões de funcionamento de neurônios ...


O que são as siglas TDAH, DDA, TDAHI, ADD, TDA, THDA?


Todas estas siglas fazem referência ao problema da atenção. DDA significa Distúrbio de Déficit de Atenção. Como esta condição pode vir acompanhada de outros elementos, as siglas variam de acordo. Em inglês, os termos mais comuns são ADD and ADDH - Attention Deficit Disorder with Hiperactivity. Mais sobre o desenvolvimento histórico destas siglas...Se o TDAH tem base orgânica, só é possível tratar com remédio?


Até pouco tempo atrás se pensava assim. Atualmente é possível alterar os padrões de funcionamento cerebral através de uma tecnologia totalmente natural e não invasiva, chamada Neurofeedback. Com o neurofeedback é possível “ensinar” ao cérebro como funcionar da forma desejada.. Mais sobre Neurofeedback...


As causas do TDAH são exclusivamente orgânicas?


Deve-se lembrar sempre que a base orgânica - o funcionamento do cérebro - interfere sobre todas as coisas que fazemos - mas também sofre interferência direta do ambiente ao nosso redor e de nossos comportamentos. A intensidade dos sintomas do TDAH dependem diretamente da nossa história de vida familiar (famílias mais ou menos estruturadas, com regras claras, horários, organização, etc), de hábitos que aprendemos ao longo da vida (usar bem o tempo, manter as coisas organizadas) e do contexto ao nosso redor (onde estudamos, com quem moramos e trabalhamos).


A forma como o cérebro funciona é uma parte importante do problema de quem tem TDAH. Porém, uma pessoa é mais que seu cérebro. E até mesmo o cérebro pode ser mudado.


A busca pelo alívio dos sintomas do TDAH deve passar tanto pela base orgânica - com tratamentos específicos, usando medicação ou neurofeedback - quanto pelos aspectos comportamentais. Não basta ter um cérebro diferente - é preciso também agir de maneiras novas.


Déficit de Atenção, Hiperatividade e Impulsividade andam sempre juntos?


É importante notar que a hiperatividade e a impulsividade podem acompanhar o TDAH - Déficit de Atenção, mas isto não é obrigatório. Há pelo menos três tipos amplamente aceitos de TDAH, em função da presença ou não da hiperatividade e impulsividade. Mais sobre os tipos de TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ...

Criança tem o direito de ser criança




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Cidadania

Educação infantil: MEC quer crianças na escola a partir dos 4 anos

Educação básica

MEC propõe obrigatoriedade da pré-escola e ensino médio

Atualmente é obrigatório apenas o ensino fundamental, que atende a faixa etária dos 6 aos 14 anos


Publicado em 31/10/2008 | Uma proposta para ampliar o ensino obrigatório no país foi encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Hoje, a obrigatoriedade é apenas para o ensino fundamental, que compreende crianças e jovens na faixa dos 6 aos 14 anos. Com a proposta do ministro, o tempo de estudo será ampliado para 14 anos, incluindo a pré-escola e o ensino médio. Dessa forma, a criança precisa ser matriculada na escola a partir dos 4 anos e permanecer até os 17. As informações são da Agência Brasil, a agência de notícias do governo federal.


“Começou um movimento na América Latina de que a obrigatoriedade do ensino deveria ser até os 17 anos. Então apresentamos uma emenda, justificando que essa medida seria inefetiva se não houvesse o complemento da pré-escola porque ela é que garante o sucesso das crianças no ensino fundamental. Essa contraproposta foi aceita, sobretudo pelo Chile e pela Argentina. Por isso encaminhei ao presidente esse projeto”, explicou Haddad.


Sem idade de corte

Dois projetos apresentados ontem pelo senador Flávio Arns (PT-PR) pretendem acabar com a polêmica sobre a idade correta para matrícula de crianças no ensino fundamental. Segundo Arns, o objetivo das propostas é adequar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) ao que prevê a Constituição, assegurando que as crianças ingressem no 1º ano com 5 anos de idade e completem 6 ao longo do ano.


Em 2006 a Constituição federal foi alterada pela Emenda Constitucional 53/2006 e passou a estabelecer que a educação infantil compreende o período de até 5 anos. Desse modo, logo após a criança completar 5 anos, o governo federal e o Tribunal de Justiça do Paraná compreendem que ela já deve ingressar no ensino fundamental. O Conselho Estadual de Educação do Paraná, contudo, deliberou que o estudante deve ter completado 6 anos no máximo até o início das aulas.Para o senador, o ensino fundamental de nove anos é um avanço para a sociedade brasileira. “A grande vantagem desse texto é que o ensino obrigatório passa a ter nove anos. Esse foi o avanço principal. Todas as crianças do Brasil têm que estudar um ano a mais”, diz Arns.


Hélio Strassacapa, da Gazeta do Povo Online

Segundo o ministro, para alterar a regra em vigor será necessário encaminhar ao Congresso uma proposta de emenda constitucional (PEC). Mas antes, a mudança será discutida com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime). De acordo com o ministro, ontem mesmo já haveria reunião para discutir o assunto, especialmente as regras de transição.


“Não adianta mudar por lei sem que os estados e municípios tenham a capacidade de receber essas crianças, então é preciso discutir regras para a transição”, explicou. Haddad diz acreditar que cinco ou seis anos, logo que a emenda seja aprovada, é um prazo suficiente para a adaptação das redes de ensino às novas regras.


Segundo o MEC, atualmente, um quinto dos jovens que completam o ensino fundamental não continuam seus estudos no ensino médio. Já a taxa de atendimento na pré-escola em 2007, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 70,1%. Haddad diz acreditar que a emenda pode ser aprovada ainda em 2009.

Rubem Alves

Rubem Alves diz:

"O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos."

Teste do racismo em crianças

A Rotina na Educação Infantil

Vídeo Gabriel O Pensador - racismo

Combate ao Racismo na Educação Infantil

Formação de professores fortalece o combate ao racismo na educação infantil

Pesquisa recentemente apresentada à Faculdade de Educação da USP evidencia a importância de cursos de formação continuada voltados ao combate ao racismo na educação infantil. Lucimar Rosa Dias, em sua tese de doutorado No fio do horizonte: educadoras da primeira infância e o combate ao racismo, buscou compreender os modos pelos quais professoras de Campinas e Mato Grosso do Sul se apropriam de conhecimentos adquiridos em cursos dessa natureza e transformam suas práticas.


Ela concluiu que a maioria das profissionais entrevistadas tornou-se menos tolerante com qualquer tipo de discriminação, passou a participar da construção de metodologias, a interferir na proposta curricular, a elaborar material didático-pedagógico. Elas também se sentiram mais fortalecidas para desenvolver atividades de caráter anti-racista com as crianças pequenas.


“As educadoras nos dizem que percebem a discriminação no seu cotidiano escolar, mas precisam de oportunidades institucionais nas quais possam discutir o tema. A segurança declarada por elas após o curso ocorreu porque passaram a dominar alguns conceitos e conhecimentos, colaborando para formularem respostas às manifestações de racismo na escola”, diz a pesquisadora nas considerações finais da pesquisa.


E mais: os cursos contribuem para que o educador perceba outros segmentos que sofrem discriminações em sala de aula. “A discriminação em relação à mulher constituiu-se, no dizer das professoras, a forma que passou a ser mais bem identificada após a realização do curso. A discriminação com relação aos portadores de necessidades especiais e à orientação sexual foram as formas que se seguiram.” Lucimar defende que “a discriminação racial deve ter momentos específicos de formação porque se constitui em fator estruturante da sociedade brasileira e que, ao discuti-la, fornecemos aos professores instrumentos para atuar sobre esse e outros tipos de discriminação”.


Lei e Diretrizes curriculares

Apesar de o tema da educação anti-racista ser discutido há muitos anos pelo movimento negro, só recentemente entrou com mais força na agenda governamental e ganhou espaço entre os gestores escolares. A promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e estabeleceu o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, é apontada como um dos novos instrumentos para a superação do racismo na escola. No ano seguinte, o Conselho Nacional de Educação aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.


É sabido que os mecanismos que fazem da escola palco para a reprodução do racismo, e também meio de manutenção das desigualdades étnico-raciais são variados. Há, por exemplo, o reforço aos estereótipos nos livros didáticos, que colocam as pessoas negras em representação de subalternidade ou referências negativas. Mas não há como negar que a mudança de atitudes depende também, em grande medida, da atuação dos profissionais da educação. Daí a importância da abordagem do tema na universidade, durante a formação inicial dos educadores, e em cursos de formação continuada.


Diversas pesquisas já apontaram que o racismo manifesta-se na educação infantil de formas sutis. São as crianças negras que recebem menos cuidado, afeto e atenção, por exemplo. Essas atitudes, que reforçam preconceitos e estereótipos, contribuem para a formação da identidade e dos conceitos e valores das crianças.


Cobrança de mais ações

Pensando nessas particularidades próprias da educação infantil, duas entidades da sociedade civil cobraram em setembro do ano passado que o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) desenvolvam ações específicas para a implementação da Lei 10.639/03 e para o combate ao racismo neste nível de ensino.

Foi uma iniciativa conjunta do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (CEERT) e do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (Mieib). A resposta da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC listou todas as atividades relacionadas à implementação da Lei 10.639/03 e das Diretrizes desenvolvidas no âmbito da Secretaria.

De fato, a maioria das ações, incluindo aquelas voltadas à formação de professores, foca aos ensinos fundamental, médio e superior. Entretanto, as publicações e os concursos para elaboração de material didático não deixam de contemplar a educação infantil.


Contatos:

- Patrícia Santana (professora da rede municipal de Belo Horizonte, coordenadora do Núcleo Relações Étnico-Raciais e de Gênero da Secretaria Municipal de Educação de BH e especialista em educação infantil): patsantana@yahoo.com.br.

- CEERT – Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade. Cida Bento: (11) 6978-8333, ceert@uol.com.br.
- MIEIB – Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil. Aparecida Freire: (81) 3301-5241, cidafreire@cclf.org.br.

Referências:

- Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

- Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais (livro publicado pela Secad/MEC).

- Ebulição “Desafios para uma educação anti-racista”, boletim do Observatório da Educação.